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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Pérola preciosa: leiam, rezem meditem o primeiro texto publicado pelo jovem Rahner. Com apenas 20 anos de idade, Rahner escreve esta oração quando fazia retiro ¨grande¨, de 30 dias. Aqui podemos apreciar todo o caminho que a sua bela teologia fará, posteriormente, em diferentes discursos. Bom proveito a todos.

Porque nós precisamos orar ?
Como deve ser o coração?  
O coração deve ser como o Sagrado Coração, aquele que eternamente desejamos e que, pelo poder de Sua graça, nos transforma no projeto Dele para nós, nos ensinando, nos encorajando em Sua santa graça. 

O coração deve ser como o coração do Cristo: pleno de amor e do sagrado poder sacrificial. 

O coração deve ser como o desejamos: repleto pelo Espírito de Deus, quando a nossa visão de vida e a missão de nossa vida se tornam nítidas, e quando desejamos o amor que está em todas as coisas e que compreende todas as coisas, quando pedimos a força para ser tudo para os outros, quando desejamos a força de abandonar-nos e servir os outros... 

Veja, é assim que nós devemos nos assemelhar.  

Pense novamente. 

O que significa Deus transmitir a força do Seu desejo para você ser santo? 

Pense o que significa que O que morreu, o fez como um exemplo para você? 

Pense o que significa que o desejo do seu próprio coração está para se tornar santo ... e, somente agora, pergunte: 

O seu coração é assim? 

A realidade e a verdade do desejo de Deus estão em você? O seu eu interior está renovado em Jesus Cristo? O seu coração está buscando a plenitude da vida? ... 

Como você pode fazer isto? Como nós podemos fazer isto realmente? 

Como podemos fazer isto com a fé, sem tibieza ou timidez? 

Você deve orar. 

Nós devemos orar! 

Se não oramos, permaneceremos colados às coisas terrenas, apequenados como elas. Nós nos estreitamos, nos pressionamos por elas, nos vendemos a elas – porque doamos o nosso amor e o nosso coração a elas.  

Devemos orar! 

Somente assim nos distanciamos da pequenineza do dia a dia que nos apequena e nos estreita. Só assim nos achegamos a Deus e nos capacitamos a “tocar o nosso Criador e Senhor.
Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós(Tg 4, 8). 

No que Ele se autocomunica à sua criatura, Deus envolve a nossa alma em direção ao Seu amor e ao Seu louvor, permitindo à alma perceber a insignificância, o vazio e a fraqueza da alma, quando tomada pelas nulidades de nossa existência estreita, apavorada diante da dor e do sofrimento da cruz, e se locupletando de orgulho enquanto perdura sua insignificante e estreita auto-busca ... 

Aí é quando a Seu tempo – quando Lhe convém –, Deus faz a alma brilhar, iluminada, de modo a que possa compreender o desejo de Deus, os caminhos de Deus, de modo a que a alma anseie por um coração de fé, pleno de esperança resoluta, plena do amor que nunca acaba, e que preside um coração aberto, descentrado de si, puro. 

Aí é quando o Senhor completa esta “Sua” alma com o poder da graça, de modo a que as suas ações plenifiquem os desejos e as promessas de sua oração, de modo a que a alma se torne forte o suficiente para enfrentar e suportar todas as coisas. 

Aí é quando Ele doa à alma o Espírito de Deus, “que vem ajudar nas nossas fraquezas,” 

O Espírito que ama de modo a que a alma possa esquecer desejos moldados pelo amor do mundo, 

O Espírito que consola a alma com a Sua alegria, 

O Espírito que é para a alma o “primeiro fruto da vida eterna.” 

Veja, é assim que um coração se assemelha quando ele ora. Para a pessoa que se chega a Deus e se torna um espírito com Ele. 

Mas o Espírito de Deus é “Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio” (Gal 5, 22-23). 

É no que o nosso coração se transforma se oramos

no Espírito do Senhor.

Porque precisamos orar ? Traduzido do inglês por JUSSARA LINHARES. Trata-se do primeiro texto publicado de Rahner, no ano de 1924. Em inglês, como Why we need to Pray. Karl Rahner: Spiritual Writings. NY: Orbis Books, 42008. Publicado pela primeira vez como Warum uns das Beten no tut, Leuchtturm 18 (1924-25), 10-11, para o jornal Leuchtturm (Lanterna).

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