Participe !!!

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais



Na bruma leve das paixões
Que vêm de dentro
Tu vens chegando
Prá brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal...(2x)
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...
A voz do anjo
Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais...
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!...
Na bruma leve das paixões
Que vem de dentro
Tu vens chegando
Prá brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal...
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...
A voz do anjo
Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais...
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...

Anunciação - Alceu Valença

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

“A Igreja está chamada a viver uma conversão sem precedentes”, diz Pagola


Após ter vendido mais de 10.000 exemplares da versão em castelhano de “O caminho aberto por Jesus”, e após ser traduzido para cinco idiomas, agora chega a versão em euskera do novo livro de José Antonio Pagola, no qual convida a seguir o caminho iniciado por Jesus.

A entrevista é de Iraitz Astarloa e publicada no jornal espanhol Deia, 20-12-2012. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Você apresenta “Jesusek Hasitatko Bidea”, uma coletânea de comentários sobre os quatro Evangelhos que aproxima o leitor da figura de Jesus Cristo.

Os Evangelhos, para um cristão, têm uma importância única, porque são os únicos livros de toda a Bíblia que recolhem a memória de Jesus. Nos Evangelhos não se aprende doutrina sobre Jesus, mas se aprende a maneira como viveu, que abriu um novo caminho.

O que pretende transmitir aos leitores?

As doutrinas, com o passar do tempo, vão envelhecendo porque os conceitos vão mudando, o pensamento vai evoluindo, e chega o momento em que a doutrina não toca mais os corações, envelhece. No entanto, o estilo de vida de Jesus é realizável em qualquer época e em qualquer lugar. Estou convencido de que este estilo de vida pode nos ajudar a viver de maneira mais digna, mais saudável, mais contente e mais feliz, e é isso que eu quero transmitir com estes livros.

No contexto atual em que nos encontramos, a sociedade necessita mais do nunca de pessoas como Jesus de Nazaré?

Estou convencido de que o exemplo de Jesus pode nos ajudar a viver de maneira mais digna, mais justa, mais saudável, mais contente e mais feliz. Jesus não é um sacerdote que está defendendo e promulgando a religião, mas um profeta que está buscando tornar a vida mais humana. Sempre defendi que Jesus é patrimônio da Humanidade. Não é propriedade dos cristãos. Jesus é, provavelmente, o melhor que a Humanidade deu até agora.

Há quem confessa sentir-se admirado pela figura de Jesus e, no entanto, afirma ter perdido a fé na Igreja.

Eu não quero que as pessoas se aproximem da Igreja; quero apenas que vivam bem. Trabalhei com muita gente afastada da Igreja para quem tudo o que é religioso representa uma barreira ou dificuldade. Mas, quando as pessoas se encontram com Jesus e com seu projeto, isso que chamamos Reino de Deus e que nada mais é do que um mundo mais justo, mais humano e mais contente para todos, vivem essa experiência de outra maneira.

É possível seguir Jesus sem se considerar parte da Igreja?

Ali onde há seguidores de Jesus nasce a Igreja. A própria Igreja significa convocatória. A primeira coisa é que as pessoas se encontrem com Jesus e depois, celebrem sua fé com outras pessoas unidas com Jesus. Mas é compreensível que nesta época de crise, em que estamos vivendo uma forte sacudida, haja pessoas que estão fora da Igreja que tratam de seguir a Jesus.

Sociedade e Igreja estão cada vez mais distantes uma da outra. Qual deve ser o caminho a seguir?

Mais do que nunca voltar a Jesus. Mas isto não será fácil. Não é uma questão de restaurar as tradições religiosas e querer reforçar a religiosidade das pessoas. Não. É preciso voltar ao Evangelho, a Jesus; e este apelo, de forma geral, não está sendo ouvido neste momento. A Igreja está mais do que nunca necessitada, não apenas de pequenas reformas, mas de uma reconversão radical. Tem que ir à sua raiz, ao essencial: voltar a viver a experiência de Jesus.

Talvez, retomar o espírito do Concílio Vaticano II?

O Concílio Vaticano II pretendia preparar o cristianismo para ser vivido na sociedade moderna. Atualmente, há setores da Igreja que vivem de costas para o Concílio, que perderam essa perspectiva, essas linhas de força, e de costas a isso não nos resta mais nada. Recuperar o espírito do Concílio Vaticano II não dá mais conta.

Então, que rumo a Igreja deve tomar?

Em um momento em que se estão vivendo mudanças socioculturais sem precedentes, a Igreja está chamada a viver uma conversão sem precedentes. Não é questão de se atualizar. É preciso mudar o modo de celebrar a missa, a linguagem que se emprega na liturgia, evidentemente, mas é tarde para fazer pequenas reformas. É o momento de uma verdadeira revolução.

Trata-se da maior crise que a Igreja já teve que enfrentar?

A Igreja viveu uma crise contínua. No século X, os Papas tinham filhos. Quem iria pensar então que no século XX se produziria uma revolução como a que desembocou no Concílio Vaticano II?

A atual crise econômica é uma oportunidade para que as pessoas voltem os olhos para a fé?

Não creio que a crise vá nos aproximar da religião, mas pode nos humanizar a todos. Temos muitas coisas para viver de maneira saudável, e aprender a viver com menos vai nos levar a viver de maneira mais humana, mais saudável e dando mais importância às coisas que realmente têm importância. Cabe às gerações mais jovens aprender a olhar para trás e viver com menos.

Como vê o futuro do cristianismo?

O horizonte deve ser a Humanidade. A própria Igreja tem que estar a serviço da Humanidade e, caso contrário, não tem razão de ser. A única razão de ser da Igreja é anunciar a boa nova de Jesus. Há uma crise de esperança muito grande, mas é o momento de aprender a diferenciar entre a espera e a esperança. Você pode esperar ganhar na loteria sem que fique desempregado... mas viver com esperança é ter um fundamento para continuar a viver de maneira positiva, construtiva, e isso não é fácil.





“A Igreja está chamada a viver uma conversão sem precedentes”, diz Pagola

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 2,19-45 que corresponde ao Quarto domingo de Advento, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.


Mulheres crentes


Depois de receber o chamado de Deus, anunciando que seria mãe do Messias, Maria põe-se a caminho . Inicia-se para ela uma nova vida ao serviço de seu Filho Jesus. Ela dirige-se às pressas com decisão. Sente a necessidade de partilhar sua alegria com sua prima Isabel e colocar-se ao seu serviço nos últimos meses de sua gravidez.


O encontro entre as duas mães é uma cena insólita. Não estão presentes os homens. Somente duas mulheres simples, sem nenhum cargo nem relevância na religião judaica. Maria, que leva a todos os lugares Jesus junto de si, e Isabel, cheia do espírito profético, atreve-se a abençoar a sua prima sem ser sacerdote.

Maria entra na casa de Zacarias, mas não vai a seu encontro. Ela se põe diretamente a cumprimentar Isabel. Não sabemos nada do conteúdo da sua saudação. Somente sabemos que essa saudação encheu a casa com uma alegria transbordante. É a alegria que vive Maria desde o momento em que escutou a sudação do Anjo: “Alegra-te, cheia de graça”.

Isabel não pode conter sua surpresa e sua alegria. A partir do momento em que escuta a saudação de Maria a criança se agitou em seu ventre. Ela interpretou maternalmente como sendo “saltos de alegria”. Depois abençoa Maria com um grande grito, dizendo: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre”!

Isabel não se dirige a Maria por seu nome. Ela contempla-a totalmente identificada com sua missão: é a mãe de seu Senhor. Olha para ela como uma mulher na qual acredita e naquela que se cumpriram os desejos de Deus: “Bem-aventurada àquela que acreditou”.

É surpreendente a atitude de Maria. Não foi para mostrar sua dignidade de mãe do Messias. Não está ali para ser servida, mas para servir. Isabel não pode acreditar: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar?”

Muitas são as mulheres que não vivem em paz no interior da Igreja. Em algumas delas cresce a desafeição e o mal-estar. Sofrem ao ver que, apesar de ser as primeiras colaboradoras em muitas áreas, mal se conta com ela para pensar, decidir e impulsionar o andamento da Igreja. Esta situação traz danos a todas as pessoas.

O peso de uma história multissecular, controlada e dominada pelo homem, impede-nos de ter consciência do empobrecimento que significa para a Igreja prescindir de uma presença mais efetiva da mulher.

Nós não as escutamos, mas Deus pode suscitar mulheres crentes, cheias do espírito profético, que contagiem alegria e ofereçam para a Igreja um rosto mais humano. Elas serão uma benção. Ensinaram-nos a seguir Jesus com mais paixão e fidelidade.

ADVENTO, tempo de silêncio ...

domingo, 16 de setembro de 2012

Teologia da Comunicação

Foi publicado nessa quarta-feira, nas livrarias italianas, o último livro do cardeal Carlo Maria Martini. Publicado pela editora Mondadori, intitula-se Colti da stupore. Incontri con Gesù [Tomados de estupor. Encontros com Jesus] (188 páginas) e apresenta algumas reflexões inéditas sobre os Evangelhos, centradas na figura de Jesus. Trata-se de uma série de homilias, nunca publicadas, que o cardeal Martini proferiu nos últimos anos em Gallarate.
Esse livro, editado por Damiano Modena, reúne, seguindo o calendário litúrgico, aquelas intervenções que compõem assim um relato da vida de Cristo, oferecendo uma mensagem não só filosófica e teológica, mas também centrada nos valores mais profundos e nas atitudes "mais humanas" da vida.


O trecho que segue fala sobre uma descrição "teológica" da comunicação, isto é, “que parta do comunicar-se de Deus aos seres humanos”.
Eis o texto.
Geralmente dá-se uma definição empírica à comunicação: comunicar é "dizer algo a alguém". Em que esse "algo" pode se alargar em nível planetário, através do grande mundo da rede que se somou aos meios de comunicação clássicos. Mesmo esse "alguém" sofreu um crescimento no plano global, a tal ponto de que os ouvintes ou os fruidores da mensagem em tempo real não podem mais nem mesmo ser calculados.
Essa concepção empírica, à luz do atual alargamento de perspectivas, onde cada vez mais se comunica sem ver o rosto do outro, fez emergir com clareza o problema maior da comunicação, ou seja, o seu acontecer muitas vezes só exteriormente, mantendo-se no plano das informações nuas, sem que aquele que comunica e aquele que recebe a comunicação sejam nele muito envolvidos.
Por isso, eu gostaria de tentar dar à comunicação uma descrição "teológica", isto é, que parta do comunicar-se de Deus aos seres humanos, e gostaria de fazer isso enunciando aqui algumas reflexões que poderiam servir para uma nova descrição do fenômeno.
No túmulo de Jesus, na noite da Páscoa, realiza-se o gesto de comunicação mais radical de toda a história da humanidade. O Espírito Santo, vivificando Jesus ressuscitado, comunica ao seu corpo o próprio poder de Deus. Comunicando-se a Jesus, o Espírito se comunica à humanidade inteira e abre caminho para toda comunicação autêntica. Autêntica porque comporta o dom de si mesmo, superando assim a ambiguidade da comunicação humana em que nunca se sabe até que ponto sujeito e objeto estão envolvidos.
A comunicação, portanto, será acima de tudo aquela que o Pai faz de si mesmo a Jesus, depois aquela que Deus faz a cada homem e mulher, e portanto aquela que nós nos fazemos reciprocamente sobre o modelo dessa comunicação divina. O Espírito Santo, que recebemos graças à morte e à ressurreição de Jesus, e que nos faz viver na imitação do próprio Jesus, preside em nós o espírito de comunicação. Ele põe em nós características, como a dedicação e o amor pelo outro, que nos remetem às do Verbo encarnado. Daí podemos deduzir algumas conclusões sobre cada uma das nossas relações comunicativas.
Primeiro. Cada uma das nossas comunicações tem em sua sua raiz a grande comunicação que Deus fez ao mundo do seu Filho Jesus e do Espírito Santo, através da vida, morte e ressurreição de Jesus e da vida do próprio Jesus na Igreja. Entende-se, por isso, como os Livros sagrados, que que basicamente falam dessa comunicação, são obras de grande valor para a história do pensamento humano. É verdade que os livros de outras religiões também podem ser ricos de conteúdo, mas isso se deve ao fato de que subjaz a eles o dado fundamental de Deus que se doa ao ser humano.
Segundo. Toda comunicação deve ter presente como fundamento a grande comunicação de Deus, capaz de dar o ritmo e a medida justos a todo gesto comunicativo. Segue-se disso que um gesto será mais comunicativo quando não só comunicar informações, mas também colocar em relação as pessoas. É por isso que a comunicação de uma verdade abstrata, mesmo na catequese, parece carente com relação à plena comunicação que se enraíza no dom de Deus ao ser humano.
Terceiro. Toda mentira é uma rejeição dessa comunicação. Quando nos confiamos com coragem à imitação de Jesus, sabemos que somos também verdadeiros e autênticos. Quando nos separamos desse espírito, tornamo-nos opacos e não comunicantes.
Quarto. A comunicação nas famílias e nos grupos também depende desse modelo. Ela não é apenas transmissão de ordens ou proposta de regulamentos, mas também pressupõe uma dedicação, um coração que se doa e que, portanto, seja capaz de mover o coração dos outros.
Quinto. A comunicação na Igreja também obedece a essas leis. Ela não transmite só ordens e preceitos, proibições ou interdições. É intercâmbio dos corações na graça do Espírito Santo. Por isso, as suas características são a confiança mútua, a parrésia, a compreensão do outro, a misericórdia.
O artigo foi publicado no jornal dos bispos italianos, Avvenire, 12-09-2012.


Cardeal Martini: um gigante do Colégio dos Cardeais



Cardeal Martini: um gigante do Colégio dos Cardeais

Mas vós, quem dizeis que eu sou ?

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Religiosas dos EUA continuarão o diálogo, mas não vão comprometer a missão

Reconciliar as diferenças !!!

Bela tarefa para a Igreja que se quer Católica !

Vamos rezar para que haja um novo Pentecostes e que o Espírito Santo de Deus seja ouvido na Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo !

Clique para acompanhar a questão com as religiosas dos EUA.
Religiosas dos EUA irão continuar o diálogo, mas não vão comprometer a missão

domingo, 12 de agosto de 2012

VAT II foi um Concílio em que o ¨primus¨ da Igreja laborou com a sua comunidade de irmãos, o episcopado.

O Concílio foi o encontro de uma comunidade constitucional que demonstrou e levou adiante sua iniciativa. Um Concílio respeitado pelo ¨primus¨ da Igreja que, no desempenho de suas funções, e de acordo com a compreensão Católica, laborou com o Concílio como a comunidade de seus irmãos bispos - e não como um encontro de ¨homens-que-somente-dizem-sim¨.

O trabalho conjunto do papa e de um Concílio nunca foi institucionalizado, com normas de procedimento. Por isso, durante o Concílio houve momentos de escuridão e de experiências dolorosas, quase todas necessariamente inevitáveis.

A história e a experiência comprovam que a Igreja jamais guia a si mesma, posto que é sempre guiada pelo poder do Espírito - a Igreja permanece UNA não apenas literalmente, mas na incompreensível pluralidade da sua estrutura pessoal e colegiada, por meio do milagre do Espírito.

sábado, 11 de agosto de 2012

O que foi o Concílio ?

O Concílio foi um Concílio ! E somente isso já o torna significativo.

Seria muito difícil anunciar agora (1965), de que modo a recente proclamação do Princípio da Colegialidade Sinodal da Igreja tomará forma e será posta em prática.

É impossível adiantar se o recém fundado Conselho dos Bispos será uma instância meramente consultiva. ou se incorporará a essência teológica de um Concílio em si, por meio da execução dos mandatos do Concílio Vaticano II, apesar das interferências e restrições que possam dificultar suas tarefas.

Mas este foi o Concílio em que a Igreja aventurou-se na busca de solução de problemas, enfrentando questões vitais, o que, por si só, é de inestimável significância teológica para a auto-compreensão da Igreja, na teoria e na prática.  

O Concílio demostrou especificamente que o Princípio da Colegialidade Sinodal da Igreja não viola a Instituição e o ofício do papado; e mais, o Concílio mostrou que, por meio deste Princípio, de algum modo desenfatizado no passado, a Colegialidade Sinodal permaneceu como um efetivo poder na Igreja.

A Igreja mostrou com o Concílio a sua misteriosa unidade, uma unidade de estrutura pessoal e colegiada, que subsiste apenas pelo poder de Deus, não podendo ser medida pelos padrões ou normas de qualquer outra organização secular ou social.

A Igreja é, na verdade, um mistério da fé que sobrepuja os problemas implícitos a outras estruturas, quer de natureza autoritária, quer de natureza democrática.

Sim, poderemos sugerir um debate sobre o sistema de colegialidade num contexto sócio-político secular, quando a sociedade de massa de amanhã procurar resolver os reclamos conflituosos da liberdade e da unidade.

O que foi o Concílio ? um Concílio da liturgia e das missões


Rahner responde e comenta suas respostas. Vejamos:

Foi um Concílio da santa Igreja Católica Romana. 

Será que a Igreja ¨passou no teste¨ que lhe foi dado por Deus, nesse momento ?

Se dissermos que SIM, estamos afirmando a nossa gratidão a Deus, pois que todo resultado alcançado somente pode ser atribuído à Graça de Deus.

Rahner e o Vaticano II. A Igreja após o Concílio.

Rahner, na sessão comemorativa do encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano II, realizada em München, em 12.12.1965,  pronunciou uma palestra intitulada: Vaticano II: um começo de renovação, que ele assim introduziu:

¨O Concílio Vaticano II terminou. Quando um evento extraordinário chega ao fim, é normal as pessoas olharem para trás na busca do resumo do que realmente aconteceu. Como a história se reveste em mistério, agora, no encerramento do Concílio, fazemos uma pausa para avaliar, para debater, para expressar a nossa gratidão, e para nos indagar:

O que foi este Concílio ?
Onde estamos diante da mensagem do Concílio ?
O que virá depois ?¨

Ao longo dos próximos dias, o Blog do Rahner vai responder a estas questões, agora distantes 50 anos do ¨extraordinário¨ evento que será celebrado por todo este ano, o Ano da Fé.
__________________
Este texto foi publicado em português, como Vaticano II: Um Começo de Renovação, São Paulo, Herder, 1966. A autora do Blog utiliza aqui a versão em inglês, The Council: a new Beginning, in The Church after the Council, New York: Herder, 1966, 9-34.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Agradecimento a todos amigos

A autora do Blog, que anda sumida, ressurge hoje, ressuscitada, depois das tempestades havidas em sua vida pessoal, e que se juntaram ao período final de seu doutorado na FAJE, onde, evidentemente, estuda RAHNER ...

Enfim, eu, Jussara, venho agradecer a todos os amigos e visitantes por terem continuado fieis ao Blog nesse momento de poucas notícias novas.

Mas também venho pedir que, junto comigo, possamos agradecer a Deus a superação de uma etapa tão importante para mim: hoje estou entregando a minha tese de doutorado. PRONTA !

Agora, volto ao Blog e à vida, enquanto me preparo para a Banca Examinadora.

Agradeço de todo o meu coração,

Jussara Linhares

Lindo !

quarta-feira, 11 de julho de 2012

‎"Então o céu se abriu, e ele viu o Espirito de Deus que descia como uma pomba e pousava sobre ele". Mat 3,16.


Dom Eugenio Sales: 91 anos de vida, 69 de sacerdócio, 58 de episcopado e 43 de cardinalato.




Minhas memórias de Dom Eugênio e seus múltiplos dons.

Eu me lembro de dom Eugênio como a elegância da Igreja na nossa cidade.
Gente, eu não vi, mas ouvi encantada que ele celebrou lá no alto, nos Arcos da Lapa ! Quanta modernidade nesse homem que sabia olhar o céu e parecia escondido num tênue manto de conservadorismo.


Eu conheci Dom Eugênio. 
Mas disso, muito pouco ou quase nada eu poderia dizer de seus dons. Os verdadeiros dons de Dom Eugênio, eu só fui percebendo quando aprendi a amá-lo pelo amor de alguns de seus amigos mais queridos, aqueles que o acompanharam nas alegrias e nas tristezas. 

Eu me lembro de dom Eugênio como um cristão apaixonado por São Paulo, o apóstolo, e louco de amores por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Eu me lembro de dom Eugênio como um cristão que verdadeiramente acolheu a humildade do Cristo. Lá na Paróquia da Ressurreição, nas cerimônias do lava-pés.
Caramba ! Entrava na Igreja com a soberana pompa de um Rei, e recebia aos beijos os pés mais humildes.

E eu, sempre pronta a travar um diálogo comigo mesma, dava muito pano para mangas teológicas, a respeito do dom de Dom Eugênio de unir momentos evangélicos.
Aí estava meu prato predileto: a Quinta-Feira da Semana Santa. Tinha que chegar cedo na Paróquia da Ressurreição - a tempo de conseguir um espaço (para me sentar) e orar ainda no silêncio da Casa do Senhor e depois contemplar ...
A entrada solene de Dom Eugênio, na minha contemplação, fazia rebobinar o ¨vídeo litúrgico¨ até o domingo de Ramos e a sua saída da Igreja já deixava o vídeo avançando para a Paixão, tudo junto, na mesma celebração, e eu lá, contemplando o meu Senhor, como só uma súdita do  Reino de Deus saboreia sentir, diante de um mediador da grandeza de Dom Eugênio.

Eu sou membro da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Eu tenho a honra de haver sido acolhida na União, pelas mãos de Dom Eugênio.
Eu sei do orgulho que Dom Eugênio tem do trabalho desenvolvido pela União dos Juristas Católicos, criada por incentivo dele para cuidar do ¨outro¨,  assim como a União dos Médicos Católicos da Arquidiocese do Rio que, ¨juntas¨ fazem um trabalho admirável nos lugares onde o braço do poder público mal consegue alcançar.
Mas Dom Eugênio tinha um coração que via as necessidades e via o que é trabalho para um braço e o que é trabalho para muitos corações.

Eu me lembro de dom Eugênio como pai de uma belíssima geração de sacerdotes e leigos, que ele criou com sua Fé.
Hoje, ao ver na TV as cenas da madrugada, na primeira oração por sua vida, ainda na sua casa do Sumaré, lá estavam vários desses filhos e filhas que Dom Eugênio criou para a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo.

Na primeira fila, o Monsenhor que todo mundo no Arpoador chama com justo carinho de pe. Zé Roberto, que montou na Arquidiocese o Museu de Arte Sacra e sempre teve esta parceria filial com Dom Eugênio, a quem ele nunca escondeu amar e respeitar como Pai e Pastor.

Algumas filas atrás eu vi, distante e recolhida, a fiel escudeira de Dom  Eugênio, realizadora de tantos projetos pastorais de nosso Dom, a corajosa Maria Christina Sá, organizadora de tantos eventos que o empreendorismo de Dom Eugênio não cansava de apoiar. Quantas pastorais, quantas lutas para manter essas pastorais, o trabalho com as idas e as vindas do Papa à nossa cidade, sem falar numa rotina diária que impressiona pelo incrível elan evangelizador de Dom Eugênio.

Maria Christina, que já subiu a um ¨ambão¨ no Vaticano para dar testemunho feminino do seu trabalho, ela que recebeu aplausos do Papa, sabe que agiu incansavelmente por décadas em obediência à Igreja, e ao melhor resultado dessas décadas vividas por Dom Eugênio no Rio.

Quem conhece a força desta batalhadora da Igreja sabe que ela não é uma empresária (mas poderia ser).  Ela é a mulher da práxis !  Filósofa de formação, cata crianças e lhes dá um lar, senta nas calçadas para conversar com um ou outro morador de rua, não passa um dia sem descobrir um novo próximo que precisa de ajuda. Ela respira e sintetiza a Pastoral do Menor, e o bonito é que  muito do que Maria Christina Sá faz acontecer em nossa cidade é parte do que Dom Eugênio sonhou.

Eu tenho 63 anos de idade. E quando nasci, Dom Eugênio já era um sacerdote ! Olho a distância do meu caminho percorrido e me vem à memória o discurso de despedida de Dom Eugênio, quando se afastou da condução da Arquidiocese do Rio de Janeiro, em que ele se despede com as palavras de São Paulo:

Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé.  2Tm 4,7

terça-feira, 10 de julho de 2012

Agradecimento a Dom Eugenio

Minhas memórias de Dom Eugênio e seus múltiplos dons.

Eu me lembro de dom Eugênio como a elegância da Igreja na nossa cidade.
Gente, eu não vi, mas ouvi encantada que ele celebrou lá no alto, nos Arcos da Lapa ! Quanta modernidade nesse homem que sabia olhar o céu e parecia escondido num tênue manto de conservadorismo.


Eu conheci Dom Eugênio. 
Mas disso, muito pouco ou quase nada eu poderia dizer de seus dons. Os verdadeiros dons de Dom Eugênio, eu só fui percebendo quando aprendi a amá-lo pelo amor de alguns de seus amigos mais queridos, aqueles que o acompanharam nas alegrias e nas tristezas. 

Eu me lembro de dom Eugênio como um cristão apaixonado por São Paulo, o apóstolo, e louco de amores por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Eu me lembro de dom Eugênio como um cristão que verdadeiramente acolheu a humildade do Cristo. Lá na Paróquia da Ressurreição, nas cerimônias do lava-pés.
Caramba ! Entrava na Igreja com a soberana pompa de um Rei, e recebia aos beijos os pés mais humildes.

E eu, sempre pronta a travar um diálogo comigo mesma, dava muito pano para mangas teológicas, a respeito do dom de Dom Eugênio de unir momentos evangélicos.
Aí estava meu prato predileto: a Quinta-Feira da Semana Santa. Tinha que chegar cedo na Paróquia da Ressurreição - a tempo de conseguir um espaço (para me sentar) e orar ainda no silêncio da Casa do Senhor e depois contemplar ...
A entrada solene de Dom Eugênio, na minha contemplação, fazia rebobinar o ¨vídeo litúrgico¨ até o domingo de Ramos e a sua saída da Igreja já deixava o vídeo avançando para a Paixão, tudo junto, na mesma celebração, e eu lá, contemplando o meu Senhor, como só uma súdita do  Reino de Deus saboreia sentir, diante de um mediador da grandeza de Dom Eugênio.

Eu sou membro da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Eu tenho a honra de haver sido acolhida na União, pelas mãos de Dom Eugênio.
Eu sei do orgulho que Dom Eugênio tem do trabalho desenvolvido pela União dos Juristas Católicos, criada por incentivo dele para cuidar do ¨outro¨,  assim como a União dos Médicos Católicos da Arquidiocese do Rio que, ¨juntas¨ fazem um trabalho admirável nos lugares onde o braço do poder público mal consegue alcançar.
Mas Dom Eugênio tinha um coração que via as necessidades e via o que é trabalho para um braço e o que é trabalho para muitos corações.

Eu me lembro de dom Eugênio como pai de uma belíssima geração de sacerdotes e leigos, que ele criou com sua Fé.
Hoje, ao ver na TV as cenas da madrugada, na primeira oração por sua vida, ainda na sua casa do Sumaré, lá estavam vários desses filhos e filhas que Dom Eugênio criou para a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo.

Na primeira fila, o Monsenhor que todo mundo no Arpoador chama com justo carinho de pe. Zé Roberto, que montou na Arquidiocese o Museu de Arte Sacra e sempre teve esta parceria filial com Dom Eugênio, a quem ele nunca escondeu amar e respeitar como Pai e Pastor.

Algumas filas atrás eu vi, distante e recolhida, a fiel escudeira de Dom  Eugênio, realizadora de tantos projetos pastorais de nosso Dom, a corajosa Maria Christina Sá, organizadora de tantos eventos que o empreendorismo de Dom Eugênio não cansava de apoiar. Quantas pastorais, quantas lutas para manter essas pastorais, o trabalho com as idas e as vindas do Papa à nossa cidade, sem falar numa rotina diária que impressiona pelo incrível elan evangelizador de Dom Eugênio.

Maria Christina, que já subiu a um ¨ambão¨ no Vaticano para dar testemunho feminino do seu trabalho, ela que recebeu aplausos do Papa, sabe que agiu incansavelmente por décadas em obediência à Igreja, e ao melhor resultado dessas décadas vividas por Dom Eugênio no Rio.

Quem conhece a força desta batalhadora da Igreja sabe que ela não é uma empresária (mas poderia ser).  Ela é a mulher da práxis !  Filósofa de formação, cata crianças e lhes dá um lar, senta nas calçadas para conversar com um ou outro morador de rua, não passa um dia sem descobrir um novo próximo que precisa de ajuda. Ela respira e sintetiza a Pastoral do Menor, e o bonito é que  muito do que Maria Christina Sá faz acontecer em nossa cidade é parte do que Dom Eugênio sonhou.

Eu tenho 63 anos de idade. E quando nasci, Dom Eugênio já era um sacerdote ! Olho a distância do meu caminho percorrido e me vem à memória o discurso de despedida de Dom Eugênio, quando se afastou da condução da Arquidiocese do Rio de Janeiro, em que ele se despede com as palavras de São Paulo:

Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé.  2Tm 4,7



Testemunho de Maria Christina Sá sobre Dom Eugenio.

domingo, 8 de julho de 2012

O que significa o ¨espinho na carne¨ a que são Paulo se refere na 2 Cor 12 ?

Bela meditação do papa Bento XVI


2ª Epístola de são Paulo, aos cristãos de Corinto, 12.

1          Será que é preciso gloriar-se?
            Na verdade, não convém.
            No entanto, passarei a falar das visões e revelações do Senhor.
2          Conheço um homem, unido a Cristo,
            que, há quatorze anos,
            foi arrebatado até ao terceiro céu.
            Se ele foi arrebatado com o corpo ou sem o corpo,
            eu não o sei, só Deus sabe.
3          Sei que esse homem
            - se com o corpo ou sem o corpo, não sei, Deus o sabe -
4          foi arrebatado ao paraíso
            e lá ouviu palavras inefáveis
            que nenhum homem consegue pronunciar.
5          Quanto a esse homem eu me gloriarei,
            mas, quanto a mim mesmo, eu não me gloriarei,
            a não ser das minhas fraquezas.
6          No entanto, se eu quisesse gloriar-me,
            não seria insensato,
            pois só diria a verdade.
            Mas evito gloriar-me,
            para que ninguém faça de mim um ideia superior
            àquilo que vê em mim ou que ouve de mim.
7          E para que a extraordinária grandeza
            das revelações não me ensoberbecesse,
            foi espetado na minha carne um espinho,
            que é como um anjo de Satanás a esbofetear-me,
            a fim de que eu não me exalte demais.
8          A esse propósito,
            roguei três vezes ao Senhor que o afastasse de mim.
9          Mas ele disse-me: “Basta-te a minha graça.
            Pois é na fraqueza que a força se manifesta”.
            Por isso, de bom grado,
            eu me gloriarei das minhas fraquezas,
            para que a força de Cristo habite em mim.
10         Eis porque eu me comprazo nas fraquezas,
            nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições
            e nas angústias sofridas por amor a Cristo.
            Pois, quando eu me sinto fraco, é então que sou forte.
11         Será que me tornei insensato?
            Vós me obrigastes a isso.
            Pois, vós é que deveríeis recomendar-me,
            já que em nada tenho sido inferior aos “super-apóstolos”,
            embora na verdade eu não seja nada.
12         As credenciais do meu apostolado foram manifestas entre vós:
            constância e paciência, 
            sinais, prodígios e milagres.
13         Com efeito, em que ficastes inferiores às demais igrejas,
            a não ser pelo fato de eu próprio não vos ter sido pesado?
            Perdoai-me essa injustiça!
14         Eis que, pela terceira vez,
            estou pronto para ir visitar-vos,
            e não vos serei pesado.
            Pois não busco os vossos bens, mas a vós mesmos!
            Aliás, não são os filhos que devem ajuntar bens para os pais,
            mas, sim, os pais para os filhos.
15         Quanto a mim, de boa vontade despenderei ao máximo
            e me gastarei a mim mesmo inteiramente por vós.
            Será que, amando-vos mais, sou por isso menos amado?
16        Mas seja! Eu não fui pesado para vós.
            Porém, astuto como sou,
            foi por esperteza que vos conquistei - assim dizem.
17         Acaso vos prejudiquei por algum daqueles que vos enviei?
18        Insisti com Tito a ir ter convosco
            e com ele enviei o irmão.
            Acaso Tito vos explorou?
            Não procedemos no mesmo espírito?
            Não seguimos as mesmas pegadas?
19        Há muito tempo que pensais
            que fazemos nossa defesa diante de vós?
            Não! É diante de Deus, em Cristo, que nós falamos,
            e tudo, caríssimos, para a vossa edificação!
20         Receio, com efeito, que, quando aí chegar,
            não vos encontre tais quais vos desejo encontrar
            e que, da vossa parte,
            me encontreis tal como não desejais encontrar-me.
            Receio que haja entre vós contendas, ciúmes, iras,
            disputas,maledicências, mexericos, insolências, desordens.
21         Receio ainda que, na minha próxima visita,
            o meu Deus me humilhe por vossa causa,
            e que eu tenha que chorar por muitos dos que antes pecaram
            e ainda não se converteram da libertinagem,
            da fornicação e da devassidão, em que caíram.