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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Tu vens, Tu vens, eu já escuto os teus sinais



Na bruma leve das paixões
Que vêm de dentro
Tu vens chegando
Prá brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal...(2x)
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...
A voz do anjo
Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais...
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!...
Na bruma leve das paixões
Que vem de dentro
Tu vens chegando
Prá brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal...
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...
A voz do anjo
Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais...
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...

Anunciação - Alceu Valença

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

“A Igreja está chamada a viver uma conversão sem precedentes”, diz Pagola


Após ter vendido mais de 10.000 exemplares da versão em castelhano de “O caminho aberto por Jesus”, e após ser traduzido para cinco idiomas, agora chega a versão em euskera do novo livro de José Antonio Pagola, no qual convida a seguir o caminho iniciado por Jesus.

A entrevista é de Iraitz Astarloa e publicada no jornal espanhol Deia, 20-12-2012. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Você apresenta “Jesusek Hasitatko Bidea”, uma coletânea de comentários sobre os quatro Evangelhos que aproxima o leitor da figura de Jesus Cristo.

Os Evangelhos, para um cristão, têm uma importância única, porque são os únicos livros de toda a Bíblia que recolhem a memória de Jesus. Nos Evangelhos não se aprende doutrina sobre Jesus, mas se aprende a maneira como viveu, que abriu um novo caminho.

O que pretende transmitir aos leitores?

As doutrinas, com o passar do tempo, vão envelhecendo porque os conceitos vão mudando, o pensamento vai evoluindo, e chega o momento em que a doutrina não toca mais os corações, envelhece. No entanto, o estilo de vida de Jesus é realizável em qualquer época e em qualquer lugar. Estou convencido de que este estilo de vida pode nos ajudar a viver de maneira mais digna, mais saudável, mais contente e mais feliz, e é isso que eu quero transmitir com estes livros.

No contexto atual em que nos encontramos, a sociedade necessita mais do nunca de pessoas como Jesus de Nazaré?

Estou convencido de que o exemplo de Jesus pode nos ajudar a viver de maneira mais digna, mais justa, mais saudável, mais contente e mais feliz. Jesus não é um sacerdote que está defendendo e promulgando a religião, mas um profeta que está buscando tornar a vida mais humana. Sempre defendi que Jesus é patrimônio da Humanidade. Não é propriedade dos cristãos. Jesus é, provavelmente, o melhor que a Humanidade deu até agora.

Há quem confessa sentir-se admirado pela figura de Jesus e, no entanto, afirma ter perdido a fé na Igreja.

Eu não quero que as pessoas se aproximem da Igreja; quero apenas que vivam bem. Trabalhei com muita gente afastada da Igreja para quem tudo o que é religioso representa uma barreira ou dificuldade. Mas, quando as pessoas se encontram com Jesus e com seu projeto, isso que chamamos Reino de Deus e que nada mais é do que um mundo mais justo, mais humano e mais contente para todos, vivem essa experiência de outra maneira.

É possível seguir Jesus sem se considerar parte da Igreja?

Ali onde há seguidores de Jesus nasce a Igreja. A própria Igreja significa convocatória. A primeira coisa é que as pessoas se encontrem com Jesus e depois, celebrem sua fé com outras pessoas unidas com Jesus. Mas é compreensível que nesta época de crise, em que estamos vivendo uma forte sacudida, haja pessoas que estão fora da Igreja que tratam de seguir a Jesus.

Sociedade e Igreja estão cada vez mais distantes uma da outra. Qual deve ser o caminho a seguir?

Mais do que nunca voltar a Jesus. Mas isto não será fácil. Não é uma questão de restaurar as tradições religiosas e querer reforçar a religiosidade das pessoas. Não. É preciso voltar ao Evangelho, a Jesus; e este apelo, de forma geral, não está sendo ouvido neste momento. A Igreja está mais do que nunca necessitada, não apenas de pequenas reformas, mas de uma reconversão radical. Tem que ir à sua raiz, ao essencial: voltar a viver a experiência de Jesus.

Talvez, retomar o espírito do Concílio Vaticano II?

O Concílio Vaticano II pretendia preparar o cristianismo para ser vivido na sociedade moderna. Atualmente, há setores da Igreja que vivem de costas para o Concílio, que perderam essa perspectiva, essas linhas de força, e de costas a isso não nos resta mais nada. Recuperar o espírito do Concílio Vaticano II não dá mais conta.

Então, que rumo a Igreja deve tomar?

Em um momento em que se estão vivendo mudanças socioculturais sem precedentes, a Igreja está chamada a viver uma conversão sem precedentes. Não é questão de se atualizar. É preciso mudar o modo de celebrar a missa, a linguagem que se emprega na liturgia, evidentemente, mas é tarde para fazer pequenas reformas. É o momento de uma verdadeira revolução.

Trata-se da maior crise que a Igreja já teve que enfrentar?

A Igreja viveu uma crise contínua. No século X, os Papas tinham filhos. Quem iria pensar então que no século XX se produziria uma revolução como a que desembocou no Concílio Vaticano II?

A atual crise econômica é uma oportunidade para que as pessoas voltem os olhos para a fé?

Não creio que a crise vá nos aproximar da religião, mas pode nos humanizar a todos. Temos muitas coisas para viver de maneira saudável, e aprender a viver com menos vai nos levar a viver de maneira mais humana, mais saudável e dando mais importância às coisas que realmente têm importância. Cabe às gerações mais jovens aprender a olhar para trás e viver com menos.

Como vê o futuro do cristianismo?

O horizonte deve ser a Humanidade. A própria Igreja tem que estar a serviço da Humanidade e, caso contrário, não tem razão de ser. A única razão de ser da Igreja é anunciar a boa nova de Jesus. Há uma crise de esperança muito grande, mas é o momento de aprender a diferenciar entre a espera e a esperança. Você pode esperar ganhar na loteria sem que fique desempregado... mas viver com esperança é ter um fundamento para continuar a viver de maneira positiva, construtiva, e isso não é fácil.





“A Igreja está chamada a viver uma conversão sem precedentes”, diz Pagola

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 2,19-45 que corresponde ao Quarto domingo de Advento, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.


Mulheres crentes


Depois de receber o chamado de Deus, anunciando que seria mãe do Messias, Maria põe-se a caminho . Inicia-se para ela uma nova vida ao serviço de seu Filho Jesus. Ela dirige-se às pressas com decisão. Sente a necessidade de partilhar sua alegria com sua prima Isabel e colocar-se ao seu serviço nos últimos meses de sua gravidez.


O encontro entre as duas mães é uma cena insólita. Não estão presentes os homens. Somente duas mulheres simples, sem nenhum cargo nem relevância na religião judaica. Maria, que leva a todos os lugares Jesus junto de si, e Isabel, cheia do espírito profético, atreve-se a abençoar a sua prima sem ser sacerdote.

Maria entra na casa de Zacarias, mas não vai a seu encontro. Ela se põe diretamente a cumprimentar Isabel. Não sabemos nada do conteúdo da sua saudação. Somente sabemos que essa saudação encheu a casa com uma alegria transbordante. É a alegria que vive Maria desde o momento em que escutou a sudação do Anjo: “Alegra-te, cheia de graça”.

Isabel não pode conter sua surpresa e sua alegria. A partir do momento em que escuta a saudação de Maria a criança se agitou em seu ventre. Ela interpretou maternalmente como sendo “saltos de alegria”. Depois abençoa Maria com um grande grito, dizendo: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre”!

Isabel não se dirige a Maria por seu nome. Ela contempla-a totalmente identificada com sua missão: é a mãe de seu Senhor. Olha para ela como uma mulher na qual acredita e naquela que se cumpriram os desejos de Deus: “Bem-aventurada àquela que acreditou”.

É surpreendente a atitude de Maria. Não foi para mostrar sua dignidade de mãe do Messias. Não está ali para ser servida, mas para servir. Isabel não pode acreditar: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar?”

Muitas são as mulheres que não vivem em paz no interior da Igreja. Em algumas delas cresce a desafeição e o mal-estar. Sofrem ao ver que, apesar de ser as primeiras colaboradoras em muitas áreas, mal se conta com ela para pensar, decidir e impulsionar o andamento da Igreja. Esta situação traz danos a todas as pessoas.

O peso de uma história multissecular, controlada e dominada pelo homem, impede-nos de ter consciência do empobrecimento que significa para a Igreja prescindir de uma presença mais efetiva da mulher.

Nós não as escutamos, mas Deus pode suscitar mulheres crentes, cheias do espírito profético, que contagiem alegria e ofereçam para a Igreja um rosto mais humano. Elas serão uma benção. Ensinaram-nos a seguir Jesus com mais paixão e fidelidade.

ADVENTO, tempo de silêncio ...