Participe !!!

Participe !!!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O Pai Nosso de Rahner pede a Deus que nos liberte de nós mesmos !


... continuando ...

Estamos falando na liberdade absoluta do Pai, que se relaciona conosco homem num ¨diálogo¨ histórico, marcado por um Deus que não legisla os nossos dias, horas e minutos,  e que nos deixou um único mandamento:


amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei.


Sabemos que a nossa liberdade é um dom. Foi dada a nós por Deus, que sabe as condições de nossas vidas. Os homens não são anjos - que não necessitam comida, acolhida, afeto, conhecimento, etc., como bem lembra Mário de França Miranda. Mas nós sim. E como a vida é dinâmica, as nossas decisões mudam, na medida em que mudam as exigências de nossa vida. 


É só pensar no que era importante para mim, quando criança. Certamente, na adolescência, as minhas necessidades eram outras. Mais ainda na vida adulta, quando passo a ter que responder até civil e criminalmente pelos meus atos. Ai de mim, se não mudasse sempre, seria um adulto com um uso da liberdade de uma criança, agindo como um retardado.


Isso implica que a história de nossa vida tenha uma seriedade real, que não pode ser relativizada pela ideia de que tudo brota da  onipotência de Deus. Eu não sou um boneco do destino, embora sabedor que estou sempre sujeito aos elementos da natureza (tempestade, tsuname, maremoto) ou às condições da vida humana (desabamento de um prédio, acidentes de qualquer categoria) e a minha situação (posso ter nascido rico ou pobre, numa época com pouca ou muita chance de acesso social e, por aí segue).


Por isso, quando Rahner termina o seu belo Pai Nosso, o que ele pede a Deus é que nos liberte de nós mesmos - e das nossas infinitas carências, para que possamos seguir na direção de Deus, que é amar o outro, COMO ELE AMOU:


Livre-nos - livre-nos de nós -, para sermos livres em sua direção,  livre-nos para que possamos tomar  a direção de sua liberdade e de sua vida 1. 
1 Publicado na íntegra neste Blog, no dia 24 de novembro de 2011. Cf.  Trevas e luz na oração. Aqui, traduzido por Jussara Linhares, da nova versão para o inglês, The need and the Blessing of Prayer, The Liturgical Press, 13.

Nenhum comentário: