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sexta-feira, 13 de março de 2015

Dia de dar Graças pelo mistério do Espírito Santo que guia a Igreja, povo de Deus


Entrevista a televisão mexicana passou em revista dois anos de pontificado


Cidade do Vaticano, 13 mar 2015 (Ecclesia) - Francisco negou que seja um Papa “só” no Vaticano e confessou em entrevista à televisão mexicana ‘Televisa’ que tem como objetivo uma “conversão” na Cúria Romana, a que se refere como a “última corte” da Europa.
“Todas as mudanças começam pelo coração, não? Ou seja, a conversão do coração”, precisou, durante uma conversa de quase hora e meia.
O Papa argentino, eleito há dois anos, quer que as mudanças em curso nos organismos centrais de governo da Igreja Católica levem também a uma “conversão na forma de viver”.
“Há algo na corte pontifícia que mantém muito uma tradição algo atávica, não? E não o digo de forma pejorativa, como cultura. É preciso mudar isto, tem de deixar o que ainda possa ter de corte e passar a ser um grupo de trabalho, ao serviço da Igreja, ao serviço dos bispos”, aponta.
Francisco afirma-se como um defensor da liberdade de opinião entre os seus colaboradores, a quem exige frontalidade e a “coragem de não calar” eventuais críticas, quando estão diante de si.
“Há sempre pontos de vista diferentes, são lícitos”, observa, acrescentando que nunca prejudicou ninguém por dizer-lhe as coisas “na cara”.
“Esses são os colaboradores que quero”, acrescenta.
O Papa diz que encontrou “bastantes” bons colaboradores na Cúria Romana e “gente muito boa”.
Francisco tem promovido uma reforma dos organismos centrais da Igreja Católica, em particular a estrutura de coordenação para as atividades económicas e administrativas, defendendo transparência absoluta neste processo.
A entrevista recordou a intervenção perante a Cúria Romana, a 22 de dezembro de 2014, na qual o Papa apresentou um “catálogo” de 15 possíveis doenças que a podem afetar.
Segundo Francisco, o objetivo era promover um “exame de consciência”, numa abordagem pouco convencional, mas que visa melhorar a missão que todos têm a cumprir.
Dois anos após a sua eleição, o sucessor de Bento XVI refere que “não desgosta” de ser Papa e reforça a ideia de que não está sozinho no Vaticano.
“Não, não, não. A sério que não”, declara.
O antigo arcebispo de Buenos Aires confessa, no entanto, que sente saudades do tempo em que podia andar na rua, como na capital argentina, algo que lhe “custa um pouco”, mas a que já se habituou.
“A única coisa de que gostava era de poder sair um dia, sem que ninguém me reconhecesse, e ir a uma pizaria comer uma piza”, graceja.
O pontífice argentino mostra-se consciente de que o seu estilo pode surpreender ou mesmo escandalizar algumas pessoas, mas diz que, se pudesse voltar atrás, faria “o mesmo”.
“E falaria como falo, como um pároco, porque gosto de falar assim, não sei. Sempre falei assim, sempre. Se calhar é um defeito, não sei, mas julgo que as pessoas me entendem”, precisa.
Francisco diz que as atitudes como ir no mesmo autocarro dos cardeais, deslocar-se em veículos utilitários ou usar o mesmo elevador de toda a gente, na Casa de Santa Marta, não são uma escolha “consciente”.´
“Procuro ser eu, como gosto de ser, e se calhar às vezes exagero nalguma coisa que pode ofender alguém”,admite.
O programa do Papa, neste dia de aniversário, inclui o início das 24 horas de oração, como preparação para a Páscoa, que vão decorrer em várias dioceses do mundo.
À imagem do que fez em 2014, quando se confessou durante uma celebração penitencial na Basílica de São Pedro, Francisco vai presidir esta sexta-feira, a partir das 17h00 (menos uma em Lisboa), ao ‘rito pela reconciliação dos mais penitentes com a Confissão e a absolvição individual’.

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