Vede a minha alma: não será ela a imagem de uma
estrada pela qual a confusão do mundo se arrasta e caminha?
Contemplai, Senhor,
estes homens criados à Vossa imagem: preocupados com mil frioleiras, tagarelam
e agitam-se sem parar; cheios de curiosidade, dão-se ares de auto-suficiência.
Perante Vós e da Vossa verdade incorruptível, a minha alma não será uma espécie
de feira onde os feirantes afluem de todos os lados, procurando vender as
pobres riquezas deste mundo, e onde eu próprio me agito e me degrado no meio
dos homens, que exibem diante de mim todas as suas vaidades ?
Houve tempo em que
eu, como ¨filósofo¨, aprendi na escola que a alma era em certo modo tudo.
Infelizmente, meu Deus, que experiência tão diversa foi a minha deste sonho de
outrora !
A minha pobre alma tornou-se uma espécie de celeiro imenso onde, de
todos os lados, dia após dia, se reúne ¨tudo¨, indistintamente, para encher
este entreposto, de cima a baixo, das mil coisas de todos os dias.
Apelos ao Deus do silêncio,
67.
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