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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Hoje o prof. Ulpiano Vázquez Moro nos fala sobre as características do Espírito Santo. Não percam a aula !

O prof. Ulpiano é um grande professor de Trindade e hoje autorizou que publicássemos um trecho onde ele nos fala sobre as características do Espírito Santo. 


Trata-se de uma pérola extraída de suas aulas na pós-graduação da FAJE. Vem com a marca da leveza de quem ensina não sobre Deus, mas de quem conversa com Deus. Confiram e vejam que são comentários valiosos, principalmente agora que estamos no Tempo Pascal, nos preparando  para Pentecostes. 

¨Um modo de ver a característica do Espírito é no exame dos outros nomes que a Bíblia lhe dá. Ele é chamado de promessa do dom ou, quando essa promessa se realiza em Jesus Cristo, as palavras mudam e ele é chamado de dom da promessa.

O que quer dizer isso? Quer dizer que Deus que promete coisas ao longo da história da salvação - promete uma terra, promete uma volta do Exílio, etc.. Mas,  quando Deus quer fazer uma promessa radical, Ele promete o Espírito.

O que significa Deus prometer o Espírito? 
Significa que Deus Se promete.¨ 

Os famosos textos de Jeremias, de Ezequiel que, nos Atos dos Apóstolos, quando se conta Pentecostes, ou nas cartas de Paulo, voltam sempre na liturgia, voltam justamente para falar disso: Deus, como que tentando já a última e a maior das possibilidades, ou cansado de infidelidades diz: 

Eu vou lhes dar um coração de carne. Diz mais forte: 
Eu vou meter no seu peito um coração de carne e 
arrancar o coração de pedra ! 

A mesma promessa, cuja realização é o Dom do Espírito, é a promessa em que o próprio Deus Se promete, ou o próprio Deus Se compromete, ou próprio Deus está avisando que vai casar.

No fundo é isso. Vai fazer uma aliança em que o seu Filho é o noivo da humanidade, mas quem realiza essa proeza, ou quem realiza o desposório da adúltera é o Espírito, porque é a vida do próprio Deus, ou é participar da vida do próprio Deus, que ele promete à humanidade.

Por isso, no cristianismo, o termo santificação, ou dizer que a Igreja é santa, falar na comunhão dos santos e assim por diante, terá uma força tão grande. Santificação é a mesma coisa que os gregos diziam quando falavam theos, quer dizer, a divinização. Porque só Deus é santo. 

E é justo a santidade que Deus resolveu comunicar. Resolveu comunicá-la primeiro como promessa do dom. Depois, na morte e na ressurreição de Jesus Cristo, que são as bodas de sangue, que é onde Jesus Cristo casa mesmo com a humanidade e a fecunda, é aí que o dom do Espírito, segundo João, é dado.

O sangue e a água simbólicos desse Batismo ou Eucaristia - como o Concílio de Trento não tinha acontecido quando o autor do Evangelho de João fala sobre o sangue e a água, não tem que fazer muitas distinções dos 7 sacramentos, então vai junto Batismo, Eucaristia e tudo mais.

Quando no final do seu Tratado sobre a Trindade, Santo Agostinho se pergunta:
Como um homem pode amar Deus? 
e ele mesmo se responde como costuma acontecer: 
O homem não tem modo nenhum de amar Deus se não for a partir 
do próprio Deus. 

É aí que a flexão ginástica trinitária é fundamental, porque sem a missão do Filho e sem o dom que o Cristo faz do Espírito que Ele possui sem medida, não teríamos jeito de amar Deus. 

Quando se diz amar, entenda-se conhecer no sentido que a Bíblia dá a essa palavra, que é muito mais do que o trabalho intelectual.

Nesse sentido, o que a fé da Igreja nos ensina sobre o Espírito Santo por um lado mantém essa espécie de anonimato, mas por outro, tudo que acontece em nossa vida enquanto vida cristã é impossível sem a presença do Espírito Santo.

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