Rahner amarra Páscoa e Pentecostes. E amarra com tamanha força os dois eventos, que a compreensão de um nos foge, se separada da compreensão e da complementaridade do outro.
Sabemos que a Páscoa reúne a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo. De fato, sem Pentecostes, não há como entender o Deus Cristão, que é Pai, Filho e Espírito Santo.
É bonito o respeito que Rahner tem pela promessa de Cristo, promessa esta de nos oferecer o dom do Espírito. E este dom, que é o próprio Deus, é ofertado a nós na história, mas não é histórico como se deu com nosso Senhor Jesus Cristo, que veio estar entre nós, sabendo que um dia, tal como nós, iria também morrer.
Este dom do Espírito é lindo, Ele é o dom que vem para ficar! E como estamos falando do Espírito que vem para ficar para sempre, em Pentecostes falamos do Espírito escatológico.
Quando dizemos que em Pentecostes
o Espírito Santo desceu sobre toda carne, é fundamental perceber que estamos
nos referindo a este Espírito escatológico, o Espírito como dom irrevogável, ou
seja, que desceu para estar para sempre presente. Como diz Rahner,
“Este” é o Espírito da eterna predestinação do mundo como um todo à vida e à vitória, o Espírito invencível que foi implantado no mundo e em sua história, e está indissoluvelmente unido a ele.
Para Rahner, portanto, é “porque”
houve a Páscoa - morte e ressurreição -, que houve Pentecostes.
Pentecostes é o evento para o qual culminam todos os eventos da Páscoa, na busca de plenitude.
... em Pentecostes foi revelado que “este” Espírito é o Espírito de Cristo que, em sua emanação e em seu trabalho no mundo, partilha da “finalidade” de Cristo em si; é o Espírito do Cristo crucificado e ressuscitado e, por conseguinte, o Espírito que não desaparecerá do mundo e da comunidade de Cristo.
Para nós, homens e mulheres cristãos, Pentecostes é a revelação
de que o Espírito é o Espírito do Cristo ressuscitado, que fora prometido ao
mundo.
Por isso, Pentecostes é a solenidade da descida definitiva do Espírito
Santo, na celebração do Batismo no Espírito.
Rahner alerta que o verdadeiro Pentecostes não é uma visita
esporádica do Espírito, um êxtase místico momentâneo. Ele diz que
Pentecostes é a manifestação vital de que o Espírito jamais se retirará do mundo até o final dos tempos.
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