A Solenidade da Imaculada Conceição, Festa de toda a Igreja em que, de alguma forma, culmina a devoção eclesial de/a Maria, faz-me pensar sobretudo em coisas como as seguintes:
1. A Mãe do Salvador é Imaculada, nós não somos.
2. A Imaculada evocada na Solenidade da Igreja é a Cheia de Graça endereçada pelo Anjo Gabriel, ao passo que nós permanecemos o que somos: pobres pecadores.
3. Maria é a criatura perfeita, nós apenas e só Peregrinos da Perfeição.
4. A Imaculada Conceição de Maria, Mãe de Quem nos salva, foi declarada, em 1854, dogma constituinte e provado da Fé da Igreja, e contudo o dogma de forma alguma contradiz a Razão; antes pelo contrário, o Dogma só o é porque ao promulgá-lo a Igreja tem a Razão, toda ela, do lado que lhe pertence.
5. A Perfeição da Imaculada não é dela, humilíssima por natureza, mas dom de Cristo recebido por antecipação.
6. Maria sabe quem é, e por isso aceita até ao Fim a Sua condição de “Theotokos”, de Mãe de Deus, chamada a ser, como mulher e mãe, Senhora da Redenção.
7. Celebrar as Glórias de Maria é celebrar o facto de nela só Deus ter lugar, pois nela tudo é de Deus e Deus n'Ela é Tudo o que nela há de pessoal – de facto, nas palavras do Anjo da Anunciação, Ela é a Cheia de Graça, bendita entre todas as mulheres.
8. A Solenidade da Imaculada Conceição é grandiosa na vida da Igreja, pois o mistério que agora se articula é um daqueles, entre todos excelso, cuja Luz nos mostra não só que Deus é mas também nos diz muito do somos nós, do género: Deus é o tudo que está em todos; nós decaímos no nada sempre que esquecidos d’Aquele que é o Tudo que nós não somos.
9. Assim, celebrar a Imaculada Conceição é cair na conta de que o tempo de agora é de advento e que nada há de melhor do que imitar Maria, pois concebida sem pecado para nos fazer realizar a intenção mais pura e necessária de todo o Advento, ou seja, dispormo-nos, como Ela, a acolher o Deus que vem e a aceitar como Dom urgente e necessário o Dom que Maria, concebida sem pecado, aceitou sem precisar: refiro-me, claro, ao Perdão que só de Deus nos pode vir.
10. Enfim, penso que celebrar a Festa da Imaculada Conceição é oportunidade sublime para celebrar a Promessa que em Cristo já temos realizada, aquela mesma que em Maria se fez plenitude de Graça e que, pela sua mão de Mãe, nos pode justamente levar a ser o que só Deus, por gratuidade do Amor mais puro, nos pode fazer realmente ser: Livres, de tudo e para todos; livres para Amar!
Este texto é do prof. João Vila-Chã, SJ e foi publicado hoje, no FB,
em Ask a Jesuit (João J. Vila-Chã, SJ)
Este texto é do prof. João Vila-Chã, SJ e foi publicado hoje, no FB,
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